Marítimo

Deixa o coração quieto,
calado e constrangido
com tantas palavras lindas
sem um ouvido

Há tanto a ser dito,
mas nenhum ombro abrigo
para se morar
não dá pra deixar pra lá,
aquieta, poeta

Que seus versos muitos leem,
poucos veem a outra linha,
o inverso do peso da alma minha

Aquieta que todo mundo deseja
seu amor, mas ninguém encara
nenhuma ostra se abre,
mas quer brilhar

Não dá pra mergulhar, poeta,
na alma das pessoas e se afogar,
carrega, poeta, o salva-vidas da poesia,
salva sua vida que poucos ligam,
são raros os navegantes do seu barco

Digo a você, e arco com o recado
amor de poeta é sempre um naufrágio
que ninguém quer buscar mar a dentro,
e a alma vai ardendo, até agonizar.

Aponte para o futuro

Você se engana
quando acha que não é
minha alma gêmea

Ainda que eu não tenha toda certeza,
dá pra ver que a gente, a cada dia,
descobre a beleza de uma vida atrás

Quem não percebe agora é insensível,
ao mais belo rito que se desenrola e se mostra,
e você, sempre presente, me apresenta
o imprevisível

A alegria é a delicadeza do seu riso,
o ritmo do seu sorriso, o ato
mais válido do brilho nos seus olhos

E se me faço de forte,
você sempre descobre,
invade as grades que me aprisionam,
abaixa a ponte do meu castelo solitário,
sou de fato o preso do amor selado,
e você a ponte que me liga ao lado
de nós dois

Pronunciamento de libertação

Apodere-se da prece bendita
que quebra a desgraça,
a praga maldita
que o homem falho,
falha em dizer em Meu nome

Liberte-se, Eu ordeno,
das energias frágeis
que te aprisionam
cegamente

Limpo na sua frente agora,
– e da sua mente -,
o caminho torto, confuso
e fecho as cruzadas
que não levam a lugar algum

Restauro, profundamente,
seu ser, renovando,
de toda culpa e todo peso
que não te auxiliam na mudança,
mas, paralisam.

Segue adiante, confiante
que há mudança próspera
que se aproxima,
nessa linha onde cada um
borda o manto que salva

Ergue a cabeça que nenhum mal te alcança,
levanta que nenhuma enfermidade te enfraquece,
faça acontecer que nenhuma inveja vai te parar
e não tenha medo, Deus está junto com você!
Eis o poder, verdadeiro, que só os justos têm acesso
porque não pensam exclusivamente no próprio ego

Ergo sobre você um império de graças
que estão muradas de todo bem-querer,
que nenhum ato malígno chega perto,
nem ousa balançar a fé inabalável
que Deus tem por você e você tem em Deus

Ressaca

Se não tem novas pra contar,
canta as velhas, sopra as velas,
corre pelas veias, incendeia
as velas em alto mar

Nau em nó,
fora do radar
bússola que não acompanha
e nem vai nos salvar

Afunda em abundância
água que convém no convés,
o amor venceu o revés
descobriu o que estava morto
e não era o mar

Agora vive, e bebe,
sobrevive tempestade,
a paz que nasce
há de calhar
no mais alto dos caralhos…

Expoente de demandas

E se os meus olhos pedirem, eu choro
e se os meus lábios pedirem, eu rio
e se a angústia me pedir, eu aquieto
e se o tempo me pedir, eu observo
e se o mar me pedir, eu entro
e se o momento me pedir, eu digo
e se o silêncio me pedir, eu falo
e se o mundo me pedir, encaro
se o outro me pedir, dou a mão
e se desfizer a junção, agarro
e enquanto todos têm aversão, eu amparo
e se a esperança me faltar, eu falho
e se viver fosse fácil, eu não toparia
e se a ironia rir de mim, eu creio
e quando não acredito, me conheço
e quando você vier até mim, me exponho
e digo além de tudo, não me oponho
a ser o espelho do ser,
do ser humano,
do ser eu,
eu exposto

Dê versão

E de verões e de versões e diversões, eu achei você.
E antes das razões, mil reações não completam os nãos que eu deixei de dizer.
Porque é de muitas informações, e de algumas afirmações que eu desejei fazer
com que o mundo se dividisse em opiniões antes de mim,
depois de você

Chuvinha

A chuva que cai lá fora
não muda o tempo aqui dentro,
não esfria a alma,
não desmerece o aconchego
ao contrário, causa apego
e aproxima,
molhado pelo beijo

A chuva que esfria as paredes
não adentra o cômodo.
Infiltrado estou eu
consumindo os pingos de suor

Seu cheiro tão marcante,
coloca toda a natureza em atenção,
somos de vez em quando a renovação,
espécie em extinção,
sublimação.

Caso raro

Você tem sorriso nos olhos,
brilho, tem brilho no rosto
tem também leveza na boca
e tranquilidade nos atos

Você passeia pela vida,
alegria que vive personificada
que tem a alma livre, solta
ainda que ajuizada

Você é caso raro de se encontrar
réu primário nos autos do amor
a lágrima, pedido de clemência, quem dera,
legítima defesa em ato de primavera

A longa novidade que sempre surpreende,
folha desprendida da vida,
seu crime cativa,
cativeiro dos homens

Os anos parecem não passar
nessa prisão do bem quase já tão vazia
que você por um fio ainda não foi solto
já são a poucos que eu recorro

Obrigado pela prece de internos sentimentos,
já sinto a condeção do mundo,
mas você está salvo
preso às esperanças,
ainda confuso nas grades do poema

Pague

O carinho que eu te dei
o calor que eu transmiti
a felicidade que eu propus
o brilho no olhar que nos conduz

Eu usei o presente, o pano,
eu usei o abraço, acalanto
eu usei o sorriso, contagiando
eu usei o encontro final

O caminho do amor
talvez a palavra não saiba,
talvez a boca não diga,
talvez o ato seja até uma falha

Mas ninguém sabe o que está aqui dentro,
só você pode perceber,
só você

Sentimento não tem vaidade
sentimento não vive do ego,
sentimento é mais que apego,
mais que carinho, capricho ou respeito

O que eu digo não tem validade
e se tiver, não é completa,
você sabe o que eu quero dizer
e, além de tudo, acerta

Aceita

O carinho em forma de presente,
o sorriso com a sua chegada
até quando eu não tenho nada pra dizer,
meu sentimento já disse e você vê

Acredita

O que eu fiz ainda não é nem o começo,
você sabe que não basta bater forte o peito,
nem secar a boca, nem perder o ar
se for preciso, eu peço:
Fica, fica, fica
ficará?

No sonho a certeza do que a gente um dia quis,
o desejo supremo de se sentir feliz
e não há nada que nos impeça ou trave,
a não ser que a gente aceite e se cale

Teoria, irradia, fale,
levante bandeira, brigue,
implique, saiba da verdade,
mas não encare, nem viva,
nem vive, inibe
e por isso pague

Sem hora

É de surpresas que a vida reserva,
é na hora incerta a chegada,
e sinto não te dizer nada,
não respeitar
hora programada

No seu contexto, eu, um pretexto,
na hora combinada, você, preparada
já tem tudo desenhado em esquema,
eu não caio em armadilha
de dilemas

Pra confundir, eu assusto
chego nesse seu mundo confuso,
escancaro a porta
quebrando os minutos

E sinto muito se você não sabe lidar
estou surpresa do seu desconcerto,
ajo rápido e de supetão:
Me dê uma resposta agora
na indecisão, o que for certeiro

De improviso, o beijo
que até isso você treina
em frente ao espelho,
e eu praguejo

Tão segura dos seus desejos
de hora marcada eu não me convenço,
te quero perdida no momento,
dois sujeitos em nivelamento

Poesia menor

Amor da minha vida, como eu te amo!
Se tu soubesses disso com certeza,
faria a gentileza de não me dizer
que faço poesia de enganos,
que faço versos inverídicos,
que eu não te acompanho

Se tu soubesses, amor
o quanto o poeta aqui te guarda,
se tu soubesses, não me pediria
presença em eventos de fachada

Se tu soubesses do teor do íntimo poema,
saberia de antemão que a eternidade dos escritos não cabem,
não cabem na simples recitação!

Ah, amor de minha vida, se tu soubesses o quanto belo
é o poema que irradia a vida como o raio de sol,
não, amor da minha vida, não me pediria, nem mediria
o amor que eu tenho exposto nesse dia,
com a pequenez da natureza humana

Amorzinho meu, se tu soubesses que esses simples versos meus…
não cabem no amor que sinto por ti, nem nessas palavrinhas que escrevi,
tu saberia que de pequeno não há nada que eu disse aqui…

Apaixonado

Um caso de amor
fora dos planos,
inesperado…
desenganos já não fazem sentido
rememorar

Há de aquietar ao menos
o que não dá pra esquecer,
as feridas abertas começaram
a cicatrizar devagar

Você se aconchegou no meu caminho,
devagarzinho foi se acomodando,
incomodando a tristeza que fez morada
e sempre me acompanhou desde sempre

A mente tem mudado, é outro estado,
outro lado do pensamento, outra face
do espírito, outra fase, novo amigo,
recém apaixonado, aficionado,
o mais novo apaixonado.

Bem, paixão

Meu bem
segredo não é
meu bem
não escondo
só vê
quem não quer
meu bem
que a paixão
chegou para
o meu bem
sei tudo
feito para
amar, tudo pronto
amor, o pranto
não vem assim,
escorre feliz
meu bem
antes eu fosse
seu, raíz
antes de florir
brotou
meu bem
breve meu bem
bem breve, vem

Mãos cruzadas

Se o meu carinho for uma alternativa,
se o meu carinho se juntar ao seu,
se ambos forem uma saída linda,
se, então, não será conjunção,
sem dúvida

Será, antes, com a junção das minhas dúvidas,
será, depois, contração das suas interrogações,
será, por hoje, a contradição que acerta
sem procurar um objetivo

Não somos objeto de prazeres, nem troco
para as trocas que a vida fez no destino…
De cada um, somos dois, não sei se
dividiremos o mesmo caminho,
mas, sozinho também já não dá

Eu passeio na sua estrada,
você cruza e visita a minha,
seja de tarde ou de manhãzinha,
sua mão cruzada com a minha…

Nó de nós

Minha querida,
aqui o desabafo,
cansei de retalhos,
das conversas pela metade,
cansei da amabilidade fajuta

Ajuda, seja sincera, minha querida,
não precisa fingir o que não deseja,
nós não somos obrigados a nada disso.

Liberto, sem causa injusta alguma,
percebo, de perto, sua angústia.
Minha querida, vamos parar com isso.
As suas mentiras não cabem mais em meus ouvidos.
Estou farto disso. Perdoe, não jogo mais.

Meu querido,
não jogo, nem nunca o fiz.
Caso se sinta infeliz,
não bata a porta, não grite,
nem me culpe, não se desculpe.
Sai.

Não lhe acuso, não vou cuspir
tudo que eu sei que não existe
só pra dizer que você é imundo
pra que eu saia ilesa e sem culpa,
não faça mea-culpa de algo
que não esquenta mais a alma

Calma, e segue
Asseguro que a liberdade
vale mais que qualquer laço
que já deu nó
por nós

Olhar em festa

Seu olhar pra mim fez festa
quando eu passei e não disse nada,
seu olhar pra mim fez festa
quando meu sorriso labial
encontrou com o sorriso nos seus olhos,
seu olhar pra mim fez festa

Seu olhar pra mim fez festa
porque, sem intenção nenhuma,
eu gosto da sua presença,
eu me sinto bem na sua energia,
mesmo sabendo que o seu olhar,
ah, o seu olhar pra mim faz festa,
mas eu não o tenho, não o aprisiono
em pronome possessivo

Seu olhar merece a liberdade
que a sua alma exige,
cansada de sofrer,
decidiu viver diferente alegre
fazendo festa pro olhar triste
da gente

Pergunta?

Seu amor por outra pessoa
é ato desprendido de rancor,
também não lhe digo que estou satisfeito,
mas também não me causa dissabor

Sei que os loucos apaixonados me dirão fortemente
que eu não me importo com meu próprio sentimento,
podem até me acusar de falso, lunático,
mas eu sei o quanto me sinto roubado
mesmo sem causa aparente

Ora, fui eu quem omiti os fatos,
o que viam na minha cara, na minha frente,
podia estar apaixonado, estampado na testa,
mas a minha boca não abriu uma fresta
para declarar uma paixão de quimera…

Sei que acreditei e fui convidado,
comovido pela esperança de agora, e de fato,
ter achado quem mexesse com as minhas heranças

De muitos nãos ouvidos, de tantas frustrações,
de tantas acusações sem sentido, poucas realizações,
agora que pareço convencido e convicto do sim
quase certeiro… Preferi calar a minha alma
e me dar um não primeiro….

Que aí eu não corria o risco da dor que dói demais,
que machuca e incomoda por tantos dias a mais
e então, depois de muito tempo eu soube,
ser do seu desejo ouvir minha pergunta…

Fiquei sem resposta por eu ter me precipitado
numa resposta própria, imatura… Você calado
à minha porta, será que me censura?

– Sou eu quem quer indagar a quem vivia questionando…
O discurso então trocou de papel, e eu acabei respondendo:
– Aceito essa segunda chance tão repentina, tão inesperada…

Depois de quantas interrogações se espera um ponto final?

Poesia de força

Eu não estou nas suas rodas de amizade,
eu não frequento os meios aos quais você faz parte,
e até acho que me fechei num mundo particular,
com receio de encarar a realidade

Eu observo tudo de longe e meio distante,
não me declaro totalmente e não me proponho,
mas peço desculpa por tamanha covardia,
talvez eu não esteja pronto, ainda
quem sabe quando estarei…

Sinto brevemente que a minha mente,
tentada a me iludir, me convence…
De que essa paixão por você é
psicologicamente linda e maravilhosa,
mas o presente não cabe na palma da mão,
não é essa a hora

Sinto rapidamente que meu coração acelera,
mas como pode ser, quem dera…
Se isso fosse de fato verdade,
se o meu mundo encontrasse com o seu,
apesar das diferenças

O desabafo, me desculpe, não é culpa sua,
tenho que tentar quebrar as minhas próprias barreiras,
os meus próprios cadeados, ah, eu preciso destrancar
o meu coração já não aguenta, já não suporta
ficar trancafiado nessa poesia de força,
louco e perturbado, sobrevivendo de um imaginário,
uma fábula de amigos íntimos sem intimidade…

Indaga ações

Será que o meu coração invocou que te ama?
Será que ele sabe o que é amor?
Será que apenas se identificou?
Será que você vai ler meu poema tão tarde?
Será que tantas perguntas são normais?
Será que você pensa em mim enquanto se diverte?
Ou será que eu só sou um cara a mais?
Será que você me olha com olhares masculinos?
Ou só sou um querido amigo, sem malícia?
Será que eu não quero forçar a barra?
Será que você aceita a minha vida toda bagunçada?
Será que dura ou vai ser desfeito no começo?
Será que o nosso romance tem apreço?
Será que você me acompanha para além do beijo?
Ou será que nem a minha carne desperta desejo?
Será que você poderia me dar uma chance?
Ou será que isso é só um lance da minha cabeça?
Será que a esperança está tão desesperada?
Ou será que eu devo guardar mesmo a sua foto como lembrança?
Será que a mente humana pode se conectar
com outra mente humana?
De modo a se alinhar planetas, o cosmos, a alma?
Será que você vai deixar eu experimentar?
Será que eu preciso formalizar?
Será que você entende que as minhas perguntas não são dúvidas?
Será, será, será?
Que eu vou ter que dizer
eu amo você?
De novo?
de novo?
de novo?
e mais?
mais?
mais?
um pouco?

Nunca vingou

Você confunde as minhas paixões
e me deixa a dúvida mais difícil,
aquela que mexe com o íntimo
e embaralha todas as sensações

Pelo poema mais confuso,
você sabe que poetas
são homens do mundo
que manipulam palavras,
camuflam tudo

Tenho que confessar
que já me perdi
já não sei se amo A,
se me encanto por B,
se conquistei C,
se posso dizer
quero você

Desculpa a minha dúvida,
só os poetas podem suportar
tantos desvios de conduta,
mas não tente entender
os amores dos letrados
são um caso raro,
outro lado, outra face do amor
que ninguém nunca viu,
mas também nunca vingou

Para Iago Reis

Digno de sorte

Por isso vale perder noites de sono,
não só pelo fato do poema construído
pela memória que vem me consumindo,
pelo que eu descubro de mim em silêncio
quase que reflexivo, ioga do espírito

Por isso vale a pena perder noites,
porque eu sinto meu corpo transcender
os meus próprios planos, sinto a matéria,
o corpo se elevando, eu me esquivando
da verdade do sonho que vejo em frente.

Sinto por você paixão crescente,
alucinante, delirando, naquilo,
você é tudo aquilo que eu venho sonhando
e agora está diante de mim, mesmo que distante

Mesmo que seu corpo e sua mente estejam viajando,
seu corpo é real e tocante, é próximo, material vibrante,
você existente quebrou meu coração resistente
para um novo momento-poema, antes eu era digno de pena
hoje sou digno de sorte.

Carinhos

Estou querendo o seu carinho,
não digo nem seu beijo,
pode ser um sorriso,
pode ser um gracejo

Não precisa ser um abraço,
eu sei que dois homens sentem medo,
do afeto mais próximo e do contato,
mas não conseguem reprimir nenhum desejo

Pode ser o seu olhar pesquisando descontraído,
pode ser a mordida no lábio, verdadeiro sinal divino,
pode ser o seu passo, bem mais retraído
só pra me ver passar, só pra me saber acolhido

Não precisa ser nada aos outros demonstrado,
entre a gente, pode ser o escondido,
pode ser o calor velado nas maçãs do rosto,
pode ser o caminho colorido

Não precisa estampar tão abertamente no frio,
que eu sei, a carência também nos causa arrepio,
mas o calor da alma é tamanha, tão grande o sonho,
o sonho do momento mágico e sublime,
eu sei que você sonha o que eu sonho contigo

O carinho que não se conta, o querer mais querido,
o meu prazer vem à tona, chamar você mais do que de amigo.

Boatos

Há boatos de que você se encontrou
com aquela pessoa que você não sabe que eu gosto,
mas essa pessoa já tem ciência da minha paixão,
mas não sei se ela te confessou que – talvez –
sinta o mesmo por mim, e não me disse claramente

Há boatos de alguma coisa desconhecida da minha parte,
que machuca o coração dessa pessoa que os ares confudem
e cruzam nas nossas amizades… deve ser por isso,
além de outras coisas mais, que a gente não se encara de frente,
precisando do intermédio da paixão da gente, que perde força,
mas – de vez em quando – pede força.

Mais gostoso

Se eu estiver chegando perto do que você deseja,
mande um sinal à caneta esferográfica preta
pra que o esforço seja maior se eu quiser apagar
a sua letra da minha cabeça

Se eu estiver tocando nos seus sonhos,
por favor, perdoe, não é intencional
como eu achei que fosse…
Tudo é mais natural, mais tranquilo,
algo novo…

Que eu não sei explicar, e por isso novo poema, novo!
pra ver se você pode, de quebra, me inspirar
a outra enorme centena de versos livres e soltos,
como tem sido o meu ato de amor louco, desesperado
e insensato, mas gostoso…

Luz

Eu espero que você me ache
nessas turbulências sentimentais,
eu espero que você me encontre
quando eu mesmo já me perdi

Já não sei mais o que eu quero,
eu espero… que você me mostre…
Direção, encontra a minha mão,
agora;

Já não sei quando estou bem,
qual é o meu desejo e o meu ideal.
Já perdi todos os parâmetros do que é normal

Luz

Mostra o caminho certo
ou o mais ou menos,
me leva pra estrada
que eu já não sei demais nada,
já não sei de nada mais

Só que encontrei você…
De repente, um presente…